Hoje vou deter-te uns minutos a tentar explicar uma série de escolhas erradas que fazemos, diariamente, sem que nos apercebamos do seu impacto para o nosso lar - Terra. Como compreendo que não queiram algo muito longo e chato, vou focar-me no assunto, que já algumas vezes introduzi por aqui - o uso das peles no vestuário, acessórios e calçado.
Em primeiro lugar, é importante percebermos como se processa a remoção e tratamento das peles dos animais. Quando escrevo, faço de forma totalmente honesta. Já o vi através de vídeos captados por câmaras ocultas. É só fazer uma busca no Youtube.
1º As peles mais utilizadas pela indústria continuam a ser a de vaca, de búfalo e de cabra. Estou a focar-me apenas nas peles e não pêlos. Aí a lista seria, substancialmente, maior. Muitos de vós já se perguntaram como a pele é removida? Pois é, para quem não sabe, a indústria das carnes e peles criaram máquinas que, basicamente, 'sugam' as peles. Ou seja, o animal, que nem sempre está totalmente morto, é pendurado numa espécie de guindaste, passa por uma espécie de tapete e a pele é-lhe arrancada, como que sugada. O método por si é tenebroso e bastante nojento.
2º A pele que é retirada do animal precisa de ser tratada com químicos para ser seca e posteriormente caracterizada para suprir as necessidades voláteis das tendências. Sabiam que os curtumes têm um impacto ambiental desastroso no nosso planeta?
Passo então a explicar:
Os curtumes são indústrias que empregam uma grande quatidade de água, uma vez que os processos que lá ocorrem, são feitos em meio aquoso. Consequentemente, geram uma grande quantidade de afluentes líquidos que devem ser tratados, devido às altas concentrações de contaminantes. O problema, além do uso desmedido de água, prende-se com o facto de nem todas as fábricas seguirem a legislação em vigor, que os obriga a seguirem normas de tratamento das águas. Não é do ar que as águas dos rios portugueses estão cheias de químicos nocívos.
Muito frequentemente, ouço alguém dizer-me que a pele verdadeira tem maior durabilidade, melhor aspecto, etc. Quanto à durabilidade, posso afirmar que não uso peles em absolutamente nada. Não compro calçado muito caro nem carteiras de luxo. Mesmo assim, e fazendo um ponto de comparação com o calçado e acessórios da minha mãe (a título de exemplo), não há uma diferença significativa e os preços acabam por compensar. Se é mais bonito? Não me parece. Hoje há couro sintético de excelente qualidade e tenho alguns exemplares aqui por casa que uso há anos e que mantêm o bom aspecto. Nas carteiras, devemos ser criteriosos a comprar e optar pelas mais resistentes. Posso-vos garantir que não vos deixarão mal. O blusão de couro também pode ser facilmente substituído pelo blusão de eco-pele (assim designada por ser mais ecológica).
Espero que possa contribuir, pelo menos, para alguma reflexão sobre o assunto, atendendo ao facto de a polipele ser ética, ser menos poluente e assumir um impacto menos grosseiro para o meio ambiente e, consequentemente, para a qualidade de vida da nossa geração e das gerações vindouras.
Acabei de comer e só de imaginar os animais a sofrerem com isso dá-me a volta ao estomago.
ResponderEliminarJulgo não ter peles verdadeiras porque também não dou muito dinheiro por sapatos e qualquer dia deixo de comer ou comprar coisas quando sei como elas são feitas!
Bjokas.
Excelente post :)
ResponderEliminarBem este post mexeu comigo. Não fazia ideia. Pensava sinceramente que o animais eram bem tratados aquando do momento de retirar as peles.
ResponderEliminarVou escolher sempre a partir de agora a eco-pele.
O que estudas, já agora? :)
ResponderEliminarE parabéns por este post, é preciso alertar as pessoas!
Cá´nojo...mas na hora de comprar, vou-me esquecer destes pormenores.
ResponderEliminarAcho que em primeiro lugar, é necessário sabermos o impacto das nossas escolhas. A partir desse momento, fica ao critério de cada um. E eu espero, sinceramente, que isto te venha à cabeça quando vires um blusão de cabedal! :)
EliminarVou tentar...apesar de adorar cabedal ;)
Eliminarestá? ai que fixe :)
ResponderEliminarEm minha casa tenho peles porque o meu pai fabrica calçado, mas eu costumo usar eco-peles mais até porque as peles são demasiado caras...mas são melhores em termos de resistência e durabilidade! faz-me sim confusão o que fazem aos animais, mas é o ciclo da vida!
ResponderEliminarTenho que discordar contigo. Respeito as pessoas que trabalham com peles, é o seu trabalho. Mas os hábitos evoluem. Há uns séculos havia profissões que hoje cairam em desuso e, um dia, quem trabalha com peles, irá trabalhar com materiais ecológicos, da mesma forma. O ciclo da vida é as civilizações evoluirem e não continuarmos a fazer escolhas que destroem o nosso próprio 'lar'. :)
EliminarNão compro nada que seja de pele e pêlo e recuso a comprar produtos de marcas que sei que fazem testes a animais. As pessoas à minha volta acham que eu sou um pouco parva, e que não é por eu não comprar que vai deixar de haver este tipo de produtos à venda. Até pode ser, mas eu não sou capaz. E aconteceu uma coisa há umas semanas que eu fiquei possessa comigo mesma. Estava eu a dizer a uma amiga que tinha comprado um casaco de penas, que era realmente quente aqui para Dublin. E ela vira-se e diz que não me estava a ver comprar um casaco de penas. Estúpidaaaaa que eu sou! Só nessa altura é que me apercebi que era um casaco de penas!!! Penas verdadeiras!!!! Só não fui trocar à loja porque tinha tirado e deitado no lixo a etiqueta do preço. E agora, sempre que o visto, peço desculpa mentalmente aos bichinhos que ficaram sem as penas. Pode parecer estúpido, mas sinto-me mesmo mal por isto :(
ResponderEliminarEu entendo. Há uns anos também cometia alguns erros, sem maldade. À medida que fui crescendo, tornei-me mais cuidadosa. E hoje sou muito atenta a todos os pormenores. Claro que me escapam alguns. Tenho camisolas de lãs naturais. Gostava que fossem todas sintéticas, mas às vezes torna-se difícil arranjar totalmente vegan. E também adoro a roupa da Stella. :) Beijocas
EliminarGostei do post mulher. Acho que deves continuar com este tipo de textos, servem sempre para alertar e consciencializar :)
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