sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Finding Diana


Tenho lido por todo o lado mensagens melosas sobre o Ricardo pshyco e a sua demanda pela Diana, a emigra fugitiva que foi para a manifestação micar os gajitos.
O que eu penso disso? Não interessa a ninguém, mas eu digo de qualquer maneira. Ora, parece-se que o rapaz não bate com elas todas, precisa de apoio psicológico e de alguma gaja que lhe mande umas trancadas como deve ser. Com todas as tecnologias e as comodidades que nos oferem, anda-me aí a pintar lençois a pedir para a tal Diana lhe aparecer. Isto não tem nada de romântico. Tem sim de deprimente, para o caso de isto não ser uma grande fraude.
Quando ouvi falar da história, julguei que o rapaz estivesse na força dos seus 16, 17 anos (não menos, porque passou toda a noite fora de casa). Qual não foi o meu espanto quando me apercebi que o maluco tem 24 anos. Um homem feito e anda-me a fazer estas figuras na televisão e pelas ruas de Lisboa.
Ricardinho, se me estiveres a ler, acorda, moço. Se ela tivesse ficado entusiasmada contigo, tinha feito os possíveis para te saltar à espinha. Não me andava armada em donzela à espera que o seu cavaleiro a encontre. De timidez não me parece que te fuja, portanto aqui há marosca.
Pelo sim, pelo não, o pessoal devia verificar se este sujeito não fugiu do Júlio de Matos.






Olha, um preservativo!

Hoje vou mostrar-vos algo do mais caricato que tenho visto por aí.
Na semana passada fui até à Rádio Popular de Viseu para comprar um daqueles packs d’A vida é bela para oferecer como prenda de casamento. Mal eu sabia, pelo que tenho lido, que a empresa está a dar o peido e que, provavelmente, o casal de pombinhos já não vai arrolhar às minhas custas para lado nenhum!
Para começar, as prateleiras estavam o caos. Tudo espalhado, aos trambolhões, sem selecção nenhuma. Comprei lá, porque não me apeteceu mesmo ir à Fnac. Vai daí, pego num pack (daqueles de jantar Gourmet) e qual não é a minha surpresa quando encontro uma embalagem de preservativo aberta no meio da tralha.
Lá peguei no pack e fui pagar em risinhos.






Ontem, por acaso, passei pela loja novamente, para ver umas colunas e decidi dar uma micadela pelas prateleiras dos malfadados packs. Tenho a dizer que estavam a mesma merda de sempre. Totalmente desarrumadas. Uma vergonha. Mas não é que a embalagem de Control ainda estava por lá! Já não me apeteceu mandar aqueles guinchinhos de quem descobriu a pólvora. Apeteceu-me mandar um berro à patrão e perguntar aos funcionários se não têm por costume dar uma arrumadela na loja. É que aquele elefante branco está sempre às moscas. Não me venham dizer que se matam a trabalhar. Pode não apetecer porque ganham mal e tal, mas podiam ser mais cuidadosos. Fica mal, meninos, muito mal!
Ora disto tudo pude, para além de constatar que a loja não vê um pano do pó desde o tempo dos coches, averiguar que só o simples facto de o pessoal olhar para aqueles packs, dá um tesão do caraças ou, se calhar, os funcionários gostam de brincar depois do fecho das lojas.


P.S.: Só para meter nojo, vou lá para a semana ver se ainda têm a embalagem do preservativo na prateleira do costume.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Cautela!



Não são raras as vezes em que alguém me diz que tem um namorado muito bom, que atinge sempre o orgasmo nas relações sexuais e que se sente sempre muito bem com a relação (mesmo que o gajo seja um grande urso). As mulheres gostam de mentir. Gostam de ludibriar as verdades em função dos seus desejos.
Não quer com isto dizer que não sejam, na maior parte do tempo, felizes com a relação. Custa-me interpretar o porquê de não se ser sincera e assumir os defeitos. Todos os temos e todos possuímos fraquezas. As minhas não serão iguais às vossas. Resta-nos tolerar a convivência entre seres diferentes.
As mulheres portuguesas começam a desenrascar-se, mas não o suficiente. Custa-me vê-las (ainda uma grande fatia) completamente dependentes dos homens para as coisas mais elementares da vida.
Não temos que fazer planos de vida conjunta com alguém, pensando que será uma situação temporária. Mas é inteligente pensar: E se, um dia, a pessoa vai embora? Em que situação vou ficar?
Se é destruidor o suficiente sentir a falta de alguém que se ama e que se sabe nunca mais voltar, imagine-se o quão desesperante será sentirmos a falta de alguém que era o apoio para tudo no que diz respeito ao nosso quotidiano.
Há mulheres que, embora inseridas no mercado de trabalho, dependem de um homem para as coisas mais elementares. São, por norma, aquelas que não constroem um núcleo social nem têm pretensões de desenvolver relações de amizade a longo prazo com ninguém, mulheres cujos hobbies são pensados de forma a serem vividos a dois e cujos planos profissionais tendem a relegar-se para um segundo plano em detrimento das necessidades e caprichos masculinos
Essas pessoas ficam demasiado vulneráveis. E nenhum homem gosta de uma mulher que lhes parece muito mais a sua sombra do que uma companheira de vida e de cama.
Às vezes, sem querer, podemos tornar-nos fardos, demasiado pesados, na vida de alguém. Consideramos que o nosso amor vale por um todo e que não dá margem a pensamentos negativos e dissecações sobre novas formas de vida. É tudo treta. Ninguém gosta de ser ver amordaçado, ninguém gosta de ser ver preso numa teia de quotidiano abafado e mofento. As pessoas gostam de luz, de ar. Gostam de estar juntas, porque lhes apetece e não porque tem que ser.
Nunca sacrifiquem a vossa felicidade por nenhum homem, porque, na hora de ir embora, ninguém se vai preocupar se vamos ficar enroladas no chão num choro descompassado e atingidas por uma dor de morte.


terça-feira, 25 de setembro de 2012


Johnny, que exagero, homem!




A pedido das fãs do moço, hoje vou dedicar-me ao Johnny.
Vocês não me entendam mal. Não é que o rapaz seja dos piores. Não é! Só me ultrapassa a febre que anda à volta daquela figura tão magrinha.
Considero o Johnny Depp um homem vulgaríssimo. É um homem que se veste de forma mais irreverente, dono de um estilo muito próprio. Se acho que é detentor de um bom gosto inigualável? Não. De todo! O Johnny funciona um pouco como os meus cabides. Muita tralha em cima e depois nunca sei o que anda por lá pendurado. Aquilo é fios, é brincos, é pulseiras, é relógios, é anéis, são os chapéus (assim para o parolo), são as camisas por cima das t-shirts e depois ainda um colete e um blazer. Olhem, uma grande confusão.
Muita informação para um homem daquela estatura e com aquele corpinho tão miudinho.
Depois, há o problema do cabelo. Gosto do penteado, mas o que são aquelas madeixas com que aparece de vez em quando?! Já cheguei a pensar que tinha esmagado um ovo no cabelo e deixado secar. Não me convence.
Por outro lado, e bem mais grave, há o pormenor do homem agora me aparecer sempre cor de laranja. Deve ser aquela fase parva dos quarenta.
Mas, se o solário não cai bem, para mim, o mais aberrante é o botox naquela cara. Um exagero. Há fotos em que o actor parece ter sido mordido por uns abelhões. Não é bonito nas mulheres. Nos homens é bem mais decadente. As rugas ficam-vos bem. Não se estraguem.
Em suma, meninas, eu não tenho nada contra o sô Johnny. Acho é que vende mau gosto a potes. É tudo demais. Depois não se admirem quando eu digo que o moço me parece apanascado. Usa mais base do que eu. Um banhinho na carinha e menos trinta peças no mesmo outfit, faziam milagres no vosso Quinzinho Depp! 




segunda-feira, 24 de setembro de 2012


O Quim Depp que me aguarde!


Hoje não vou escrever merda, porque não estou no clima (como dizem os brasucas). Mas aguardem o post sobre o Johnny e sobre os machos que considero de qualidade (a pedido das meninas fãs do Geraldino).
Ora bem, hoje esteve frio como já não se sentia há uns bons meses. É sempre um pouco melancólico este ritual de passagem do Verão para o Outono. Para mim, é um pouco poético e voluptuoso. Traz-me boas recordações. No entanto, vejo que as pessoas andam tristonhas. Vamos lá arrebitar que isso de andar sempre soturno, só nos envelhece as peles!
Hoje finalizei a minha matrícula. Ainda não sei para que data está marcado o começo das aulas. Há quatro anos que não ponho o nariz nos cadernos para estudar. Vai ser todo um reviver de sensações o próximo mês de Outubro.
Para finalizar, ando agora a ler o Ressurreição do Tolstói e estou a gostar consideravelmente. Quando acabar, dou-vos um feedback!


sexta-feira, 21 de setembro de 2012


A piroseira é viral.

Há um fenómeno sociológico a acontecer desde que as redes sociais assaltaram o nosso (já pouco) discernimento. Para terem uma noção, enquanto lêem este post, milhares de mensagem pirosas, de fabrico industrial, estão a bombardear os murais dos bimbos deste país.
Ao fazer um apanhado das mais recorrentes, apercebi-me, também, que podem agrupar-se em subcategorias bastante interessantes. Passo a explicar:

Há as mensagens do rancor e azia. Aquelas que, basicamente, lançam um recado parvo direccionada para uma certa pessoa. Se o receptor não sofrer do mesmo atrasado mental que o indivíduo anterior, vai cagar e andar para a brejeirice da mensagem.







Mensagens de amor bandido. Inundam frequentemente os murais com declarações de amor decadentes. Dentro desta subcategoria, creio que poderei também integrar aquelas mensagens do “Está tudo bem. Já não fazes parte da minha vida. Quem perde és tu.” Que é basicamente, estou para aqui a ressacar a falta de um sacana, mas não vou dar ares de fraca e, como não tenho mais nada para fazer, toca a colocar uma merda destas no mural. É que a individuo que ler isso, vai logo ter a dedução brilhante de que a pessoa não está drunfada nem com acesso de Tourettes. Que é apenas estúpida e que sofre de défice de amor próprio.






Mensagens de auto-ajuda gratuita, sendo estas que, paradoxalmente, nos dão aquele empurrãozinho para nos atirarmos de uma falésia.  







Mensagens parvas só porque sim, que são aquelas das fotos dos bebés e dos gatinhos a aparecer em todo o lado. Confesso que essas me enervam particularmente.




Nota: O sentimentalismo chega a limites incomensuráveis, quando a mensagem vem escrita em Português do Brasil e cravejada de erros ortográficos.




quinta-feira, 20 de setembro de 2012


O sebo que vende.


Hoje fiz uma selecção valiosíssima dos gajos mais sebosos, parolos e bovinos de Hollywood.
São fenómenos de massa que eu não compreendo e nunca vou conseguir compreender. Basta aparecer um lambido destes num filme a puxar ao romance parolo (também funciona num filme tuning), que as teenagers deste mundo suspiram.
Eu não confio em câmaras. Sou céptica em relação ao que se vê sem o crivo dos meus olhos. Isto é um engano. Não acreditem em todo o gajo que vos aparece nas revistas, na televisão ou numa tela de cinema. São sempre muito mais baixos, muito mais marranicos e muito mais feios do que aparentam. É a vida!

Não é novidade para ninguém que eu tenho um ódio de estimação por este homem. Basta-me olhar para uma foto dele e começa-me, de imediato, a cheirar a gasolina (até no nome tem alusão ao Diesel).


Vin Diesel


Este é outro que pode dar voltas e mais voltas, mas que, para mim, será sempre um bovino a representar e um grande parrudo.


Gerard Butler


Ui, nesta foto o moço está especialmente mal (foi de propósito). Mas o facto é que não dá uma para a caixa. A barbinha à chulo de Vegas está-lhe a matar.


Channing Tatum


Tenho cá para mim, que ainda se vai descobrir que este homem é panisga. Lembra-me aqueles gajos com um daqueles QI lixados que tratam as gajas por babe. Ex.: "Curto-te bué, babe."


Justin (Justino para os amigos) Timberlake


Este moço intriga-me. Parece um trolha daqueles sempre com os couratos à mostra e com a mini na mão a arremessar piropos.


Taylor Lautner







quarta-feira, 19 de setembro de 2012



Os mistérios de Lisboa




Muito se poderia escrever sobre um filme que nos brinda com mais de quatro horas de histórias complexas, intrincadas, de relações fortuitas e de coincidências romanceadas.
O filme, dirigido por Raul Ruiz, adaptação do livro homónimo de Camilo Castelo-Banco, retrata, na perfeição, o Portugal do séc. XIX , obscuro, pesado, estúpido. Os romances proibidos, as intrigas burguesas, o clericalismo e as falsas ideologias.
É um filme, que durante mais de quatro horas, pretende que o espectador não se perca nos meandros rocambolescos das analepses (flashbacks) constantes.
É de destacar o fantástico trabalho de dois actores que são, na minha opinião, os verdadeiros pilares do sucesso do enredo: Adriano Luz e Ricardo Pereira. Quanto à prestação de Maria João Bastos, não passou daquilo ao qual nos habituou. Emoção decadente e aquele ar de prisão de ventre que não consegue nem comover nem convencer. Peca, de resto, por isso toda a produção.
Gostei. Recomendo, mas com paciência, com olhos de ver. Não é filminho de Domingo à tarde, daqueles que vemos, porque não há nada melhor para fazer.






segunda-feira, 17 de setembro de 2012



As amigas da onça desta vida.


Uma grande amiga minha costuma dizer, em jeito jocoso, que uma verdadeira amiga é aquela que “avisa quando a base está mal espalhada ou quando temos alface nos dentes”! É verdade. Mas uma amiga ou amigo é mais, muito mais do que isso. E só nos damos conta, quando as nossas vidas dão voltas infinitas e percebemos que há poucas pessoas que permanecem lá.
As mulheres são infiéis nas relações de amizade. Muito mais do que os homens. As mulheres consomem-se em invejas frívolas, em comentários maliciosos, em merdas sem sentido algum.
Sempre fui pessoa de ter poucos amigos. Muito se deve ao facto de ser abstémia e vegetariana, de atribuir muito pouca importância aos rituais de acasalamento, e uma cota deve-se ao meu feitio. Vocês poderão pensar que não faz mossa, mas faz. Faz diferença, porque há muita intolerância, porque ninguém abre mão de se ir lambuzar com uma picanha, mesmo que eu fique a olhar para o boneco; ninguém abre mão de se emborrachar, embora eu fique num canto a vê-las entoar as canções das tolas e a fazer figurinhas miseráveis, dignas de um acesso de Tourettes.
Depois, há aquela parte, fatídica, das relações doentias com os namorados. Consideram que eles são o seu todo e, portanto, estão-se bem a cagar para aquela amiga que até gostava de dar dois dedos de conversa.
Há também as que se baseiam nos interesses, nomeadamente uma boleia aqui, um desabafo ali (que só funciona numa direcção), uma saída para desanuviar, porque discutiu com o urso que chama de marido ou namorado.
A mim pouco me importa as razões que levam estas gajas a desinteressarem-se, na totalidade, de alimentar amizades com gente que lhes quer bem, que faria de tudo para lhes mitigar as dores. O facto é que vão sendo cada vez menos as pessoas que fazem parte da minha vida. Tenho pena. Houve muita gente que ficou para trás, que tentei resgatar, mas que preferiu ficar lá, no sítio do costume.
Para o bem ou para o mal, para essa gente, nunca mais estarei disponível. Ando empenhada numa desratização.






Gosto!

Encontrei estas botinas tão lindas e vegans. Estou é "tesa como um carapau"!




Mãos de vaca!




Não vou deter-me a escrever sobre a Casa dos Segredos (talvez o faça um dia). Há problemas mais graves a necessitar de vozes com consciência para entendermos que só com solidariedade colectiva, podemos alcançar uma qualidade de vida superior à miséria que temos.
Hoje enviei uma queixa sobre a má gestão de funcionários da SportZone para o grupo. Uma pessoa entra na loja e estão quatro pessoas (extenuadas, como é óbvio) a trabalhar. Revela o quanto o nosso país está entregue aos porcos; a busca pelo lucro desenfreado; o quão mercenários são os gestores neste país. A menos que eu esteja no Ruanda, com acesso a Internet (velocidade terceiro mundista), sentada na cadeira de uma sala que, afinal não é minha, esta merda é inadmissível.  
Já trabalhei numa loja que primava pelo bom atendimento, pela prontidão, pela excelência. Não me parece que assim continue, mas era bom que nós, enquanto clientes, nos revoltássemos contra esta falta de respeito. Há uma necessidade, cada vez maior, de nos fazermos ouvir na qualidade de consumidores. E se pensarmos bem, estamos a contribuir para melhores condições de trabalho numa perspectiva mais ampla.
Por isso, senhor Belmiro de Azevedo, deixe de ser sovina que isso não é bonito e se não está para gastar alguns tostões em funcionários, pois como clientes também não lhe servimos. Vá para algum país de Leste vender as suas Nike e passe bem.


P.S.: A Sonae, de peito espetado, usa o termo Improving Life! Que grande lata! Onde?! Também quero dessas anfetaminas. Ah, espera... Estão a referir-se aos gestores. Olha que agora estava com o cérebro congelado.




domingo, 16 de setembro de 2012



A insustentável leveza dos jovens.



Tenho a dizer-vos que a manifestação do dia 15 de Setembro, em Viseu, foi uma miséria. O pessoal da minha faixa etária, cagou, de alto a baixo, para aquilo. “Manifestar-se? Oh, para quê! Estou aqui tão bem a trabalhar para o bronze nesta esplanada a beber a minha minee. Isto não muda nada.”
Entristece-me ver o descrédito que estes jovens atribuem a si próprios. O Rossio não encheu e ficou bem aquém daquilo que se esperava. Lá estava o palanque e os gajos do costume. A intenção pode ter sido a melhor possível, mas uma manifestação estática, num dia de sol, com temperaturas acima dos 30 graus, não podia dar bom resultado.
De qualquer maneira, fiz a minha obrigação de cidadã descontente. Quando algum caramelo se vier queixar disto ou daquilo, eu estarei lá para lhe perguntar: “Foste lá manifestar-te? Não?! Então vai à merda e volta para o tasco de onde acabaste de sair.”







O GNR prevaricador
(parte II – os telefonemas)


Passados vários meses depois do incidente que vos contei, o meu telemóvel toca.
- Sim? (se calhar devia adoptar o Alô!)
- Menina C.? Então, está tudo bem?
- Quem fala?
- Não me diga que não se lembra de mim!
- Não estou, realmente, a perceber.
- Lembra-se daquele guarda que a ajudou quando você não parou na operação Stop?
- Ah, o senhor! Sim, lembro. Está tudo bem consigo?
- Sim, está. Estava à espera que me dissesse alguma coisa. Nem um cafezinho… Sabe que se não fosse por mim, você tinha ficado sem carta.
- Pois, e agradeço-lhe imenso.
- Pois, mas não parece…
- Olhe, agora vou ter que desligar, porque tenho que sair.
- Fique com o meu número. Vou ficar à espera que me ligue.
Gelei! Mas o que é que o raio do homem queria?! Já lhe tinha agradecido, por telefone, há uns meses. Este caramelo telefonou-me para quê?! Para cobrar uma dívida? Uma dívida de quê? E agora quer um cabrito ou presunto, querem ver!
Como é óbvio, nem o número guardei. E acabei por ignorar o assunto. No entanto, por altura do Dia da Consoada há uns dois anos atrás, lá me liga, novamente o homem. Não reconheci o número. Não percebia o porquê daqueles telefonemas.
- Telefonei só para lhe desejar um bom Natal. Estava à espera que me ligasse. Não guardou o meu número, heim!
- Pois, mudei de telemóvel… Bom Natal para si também.
- Lembra-se que se não fosse por mim, tinha ficado sem carta?
- Sim, muito obrigada.
- Pois, vá dizendo alguma coisa.
E seguiram-se mais uns quatro telefonemas iguais a estes. O raio do homem chegou-me a telefonar no próprio dia de anos, para que lhe desse os parabéns. Senti-me uma personagem de um filme de terror.  
O que este senhor queria, sei eu muito bem! Badalhoco! Nojento. Um homem com os seus 50 anos e com aquela fisionomia a dar-se a estes preparos. O que ele merecia, era umas chibatadas naquele nalgueiro para aprender a não se insinuar desta forma e respeitar a farda que veste.



sábado, 15 de setembro de 2012




Está quase na hora, Ceifeiros Rebeldes!




Às 17h00 vamos dar voz aos nossos queixumes, até agora, verbalizados entre quatro paredes ou numa esplanada com amigos. Está na hora de nos fazermos ouvir.
Não concordo com o nome da manifestação – “Que se lixe a Troka! Queremos as nossas vidas".Todos sabemos que não funciona assim; também sabemos que vai haver muito oportunista à espera de um palanque; muito demagogo para animar as hostes. Faz parte. Eu, pelo sim pelo não, levo uma fisga na mochila! Não dormi nada bem, ainda não consegui terminar o meu buraco para a instalação de luxo do fim-de-semana, portanto, estou com os azeites.





sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Mas que rico dia!


Alguém notou diferenças no Layout do blog? Não?! É natural, ficou a mesma merda de sempre. O título é que está maior.
Tenho a dizer também que o Crime e Castigo (acabei durante a tarde) foi, a par da Aparição, o melhor livro que li até hoje.
Digo-vos também que devo ter um feitiozinho muito complicado, porque, numa sexta-feira à noite, não consigo arranjar ninguém para sair e estou a ponderar cavar um buraco para me instalar comodamente durante o fim-de-semana.

P.S.: Amanhã conto-vos o desfecho da história de terror com o GNR pançudo!






O GNR prevaricador
 (uma história de horror)


  

Há uns anos, quando leccionei no concelho de Tabuaço, percorria, diariamente, um longo caminho. Pelo meio, era usual encontrar inúmeras operações Stop da GNR.
Um belo dia de sol, estavam os senhores agentes a aquecer os couratos numa dessas operações, quando, supostamente, um GNR me fez sinal para encostar o carro e parar. Não parei. E agora vocês já estão a pensar. Que grande borregona! Não paraste porquê?! És burra ou fazes-te?!
Nada disso! Não parei, porque não me pareceu que o agente me tivesse feito o sinal de paragem. Já passei e parei em diversas operações Stop e seria muito caricato, ao nível de uma amnésia temporária, não me ter apercebido que era sinal de paragem. Mas isso são outras conversas e dissecações.
Continuo a minha marcha descansada da vida, ao som dos Bush, quando me aparece um homem pançudo e lambido numa passadeira a mandar-me abrir o vidro do carro.
- Encoste a viatura que temos que falar.
Ai, o que foi agora?! Será que fiz alguma merda?
- Você não viu o sinal de paragem que o meu colega lhe fez lá atrás?
- Eu não!
Só então reparei na fatiota do senhor e me apercebi que era GNR.
Pintou-me o Diabo! E porque ia ficar sem carta e como é que agora “a menina vai trabalhar?” e isto é muito grave, “é um crime”!
Por momentos, sei que os meus olhos até se embaciaram.
- Mas como a menina até é simpática e tem aqui os documentos em dia, eu vou falar com o meu colega. Espere que até lhe telefono já!
Lá me fiz à estrada e combinei de lhe ligar à noite para saber o que o colega tinha decidido. Pelos vistos, ficava-se pelas águas de bacalhau e vai lá à tua vida e tem mas é juizinho que para a próxima a coisa pode dar para o torto.
Mas que rico agente! Um senhor! Muito obrigada! O cafezinho (que o homem queria) é que não me pareceu boa ideia e caguei para o assunto!

Continua…





quinta-feira, 13 de setembro de 2012


Sigur Rós

Os Sigur Rós são uma banda natural da Islândia. Em 1997 lançaram o primeiro álbum, Von, apenas no país de origem. Marcaram a diferença pela sonoridade relaxante e intrigante e pelo dialecto Vonlenska (língua inteligível usada pela banda).
Embora não façam parte do mainstream, alcançaram tamanho sucesso, que lhes permitiu trabalhar na banda sonora de alguns filmes, entre os quais Vanila Sky de Cameron Crowe e Ondine de Neil Jordan.
Hoje são uma das maiores bandas de Post-Rock ainda no activo.
Deixo-vos com a música Untitled 8, do álbum () de 2002, na minha opinião, o melhor trabalho da banda.













Liebster Award


Algumas meninas nomearam-me para o Liebster Award. Nunca dou muita importância a essas coisas, mas como foram todas tão fofas e como as questões até são pertinentes, decidi-me por responder a umas quantas.

1º O que achas do meu blog?
Isto aplica-se aos três blogs que me nomearam!
Gosto de gente divertida, inteligente e que escreve fluentemente. Gosto da forma como abordam os assuntos, gosto das particularidades. É por esses motivos que sei que vou encontrar algo que anime por breves momentos (se não conseguir fazê-lo por mais tempo) ou que me deixe enternecida.

2º O que achas da blogosfera?
Tenho sentimentos mistos. É um barómetro da educação das pessoas em Portugal. Há por aí muito caramelo a escrever muita merda, valendo-se do facto de estar protegido pelo anonimato. Muita verborreia a pairar por este mundo da blogosfera.
Por outro lado, entra-se no mundo de muita gente inteligente, cheia de boas intenções, gente de bem com a vida, gente que, apesar das dificuldades inerentes ao quotidiano contemporâneo, usa do humor para equilibrar o seu modo de estar.
Definitivamente, gosto, no entanto, uso de um crivo para não embrutecer (já me chega viver neste Portugal!).

3º Coisa mais bonita?
O respeito por todas as formas de vida, desde a mais elementar à mais singular.

4º Principal objectivo?
No momento, prende-se em fazer parte de uma corrente de pensamento vanguardista que pode vir a mudar o panorama político, social e cultural deste país. Creio que estamos todos, em doses diferenciadas, voltados para isso.
Ah, e pode ser casar com o Morrissey ou com o Ridley Scott!

5º Maior vício?
Batom de cieiro.

6º Música preferida?
Gosto de muitas. No entanto, gosto, particularmente, da There’s a light that never goes out dos Smiths e da Man on the moon dos R.E.M, a Bedshaped dos Keane, a Society de Eddie Vedder e a Home in a sentence de King Creosote.




7º O que mais odeias?
Generosidade encapotada. Gente que se vale da sua posição para manipular os demais. A ignorância, na sua vertente mais ampla, que é a mãe de todos os males.

8º Qualidade?
A racionalidade. Creio que me permite saber estar em todas as situações, mesmo as mais críticas. Gosto de ser educada. Obrigo-me a isso e nunca digo nada do que me possa arrepender depois. Penso muito bem antes de verbalizar alguma ideia.

9º Defeito?
Preguiçosa!

10º Qual o teu ídolo?
Não sou de ter ídolos. Gosto de particularidades, mas dificilmente venero alguém. Porém, admiro a filosofia de Tolstói, o vegetarianismo e as convicções anti política e religião.

11º És feliz?
Não. Tenho breves momentos de felicidade tola. Pretendo trabalhar mais nisso.



É suposto nomear mais 11 blogs. Optei pelos blogs que me seguem há mais tempo e que sigo com regularidade. Não nomeei os blogs que já responderam às questões!


A rua inclinada
As minhas pequenas coisas
I came from away
To infinity and beyond
Pink star nails & beauty
Sexo e a idade
The 2nd girl next door
Ahh, la vie.
Espaço B
One plus two blog
Uena Buena




terça-feira, 11 de setembro de 2012



Ceifeiros Rebeldes deste Portugal



Ainda não sei se vai haver manifestação, no Sábado, em Viseu. Em Coimbra e Guarda está tudo alinhavado. E, claro, Porto e Lisboa.
Só há duas desculpas para não sairmos para a rua de peito feito e reivindicarmos os nossos poucos direitos. São eles: por motivo de doença ou porque estão a trabalhar.
O resto, tenham lá paciência, mas mexam-me esses traseiros até ao ajuntamento de gente mais próxima e peguem numas pás de jardim, numas enxadas, numas fisgas e não se esqueçam de se munir também do mais importante: inteligência, disciplina e muita consciência de classe (que é coisa que o português ainda não entendeu o que é).
Haverá quem possa dizer que não sabe o que vai lá fazer, que isso das manifestações não leva a lado nenhum. Pois meus caros, vos digo que ficar em casa a coçar os testículos também não. Portanto, mal por mal, vamos para a rua confraternizar.
Na dúvida, leiam os Gaibéus, de Alves Redol, aquele grande homem, com tomates em condições, que nos retratou tão bem nas suas obras. Aliás, é livro para se ler nas escolas, não andássemos todos a dormir.
Lembro-me, a propósito, que havia uma personagem muito singular, cujo nome era desconhecido, mas que o autor tratava por Ceifeiro Rebelde. Um homem que não apanhava as espigas de milho de nenhum patrão sovina, depois do seu horário de trabalho, pagassem o que tivessem que pagar. Porque o Ceifeiro diz-nos que nós temos também direito ao tempo, a sermos pagos condignamente nas nossas horas de trabalho para podermos, no final do dia, ter pão para comer, tempo e disposição para estar com as pessoas que gostamos, para praticarmos aquele nosso hobby, que todos podem achar ridículo, mas que nos acalenta a alma, e para termos um bom colchão para nos recostarmos.   
Às vezes esquecemo-nos que para construirmos as bases do direito do trabalho, agora vulgarizado e chacinado, muitos, muito antes de nós, tiveram que lutar com o que tinham à mão.
Pois não somos mais um povinho só de fado, de chouriças assadas, de missa aos Domingos, de reverências aos pançudos deste nosso Portugal. Hoje também somos um povo que necessita, mais do que nunca, de adoptar um raciocínio de vanguarda no que refere aos nossos direitos fundamentais e elementares.