Complementaridade das artes
Há imenso tempo que me interessei pela história
da personagem da peça Hamlet, Ofélia. Aconteceu na força dos meus 17 anos, um
dia, por acaso, na biblioteca da escola, enquanto folheava um livro de pintura. Trata-se
de uma figura secundária, no entanto viu-se adoptada pelos pintores da época,
que a representaram de forma magistral. Ofélia reproduz, pois, a noiva ou
amada, ceifada da vida ainda em plena juventude, passando a expor-se como
modelo mais espiritual da mulher.
A representação que considero mais forte,
pertence a John Everett Millais. É um paradoxo entre o visceral e o prosaico.
No entanto, o sucesso de Ofélia estendeu-se também
ao cinema e à moda, ressuscitando a sua aparência espectral para os dias de hoje.
Melancolia de Lars Von Trier
O ensaio para a Vogue está particularmente
interessante, na minha opinião, pelo jogo de cores e pelos tecidos esvoaçantes,
conferindo uma imagem, à modelo, de um ser divino e imaculado.
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