terça-feira, 11 de setembro de 2012



Ceifeiros Rebeldes deste Portugal



Ainda não sei se vai haver manifestação, no Sábado, em Viseu. Em Coimbra e Guarda está tudo alinhavado. E, claro, Porto e Lisboa.
Só há duas desculpas para não sairmos para a rua de peito feito e reivindicarmos os nossos poucos direitos. São eles: por motivo de doença ou porque estão a trabalhar.
O resto, tenham lá paciência, mas mexam-me esses traseiros até ao ajuntamento de gente mais próxima e peguem numas pás de jardim, numas enxadas, numas fisgas e não se esqueçam de se munir também do mais importante: inteligência, disciplina e muita consciência de classe (que é coisa que o português ainda não entendeu o que é).
Haverá quem possa dizer que não sabe o que vai lá fazer, que isso das manifestações não leva a lado nenhum. Pois meus caros, vos digo que ficar em casa a coçar os testículos também não. Portanto, mal por mal, vamos para a rua confraternizar.
Na dúvida, leiam os Gaibéus, de Alves Redol, aquele grande homem, com tomates em condições, que nos retratou tão bem nas suas obras. Aliás, é livro para se ler nas escolas, não andássemos todos a dormir.
Lembro-me, a propósito, que havia uma personagem muito singular, cujo nome era desconhecido, mas que o autor tratava por Ceifeiro Rebelde. Um homem que não apanhava as espigas de milho de nenhum patrão sovina, depois do seu horário de trabalho, pagassem o que tivessem que pagar. Porque o Ceifeiro diz-nos que nós temos também direito ao tempo, a sermos pagos condignamente nas nossas horas de trabalho para podermos, no final do dia, ter pão para comer, tempo e disposição para estar com as pessoas que gostamos, para praticarmos aquele nosso hobby, que todos podem achar ridículo, mas que nos acalenta a alma, e para termos um bom colchão para nos recostarmos.   
Às vezes esquecemo-nos que para construirmos as bases do direito do trabalho, agora vulgarizado e chacinado, muitos, muito antes de nós, tiveram que lutar com o que tinham à mão.
Pois não somos mais um povinho só de fado, de chouriças assadas, de missa aos Domingos, de reverências aos pançudos deste nosso Portugal. Hoje também somos um povo que necessita, mais do que nunca, de adoptar um raciocínio de vanguarda no que refere aos nossos direitos fundamentais e elementares.





13 comentários:

  1. Muitíssimo apoiada! E muito bem escrito. Eu vou estar na manif em Lisboa.

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  2. Apoiada. E lá estaremos na manif de Lisboa

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  3. Querida, você está na lista de "TOP COMENTARISTAS" em meu blog 2Fashion Style, espero que goste ;)
    Obrigada pela amizade!

    Beijos,

    Marrie

    www.2fstyle.blogspot.com
    www.marrieomettocorsets.blogspot.com

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  4. Apoio claro :D
    Tem estreia de canal lá no blog!

    escravasmoda.blogspot.com

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  5. Confesso, que há uns tempos fazia parte dos que diziam, que não adiantava nada, mas agora, é abuso a mais, é injustiça a mais. Pretendo sair para a rua sim.


    Tenho uma coisinha para ti lá no estaminé :)
    Beijinho*

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  6. Já viste que cá também vai haver? Rossio às 17h, segundo consta! ;)

    Kiss*

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    1. Ah, que bom! Ontem não fui à página do facebook deles. Fico mesmo contente. Na altura das manifestações da Geração à Rasca também fui para lá, mas foi tudo muito mal organizado.

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  7. Se todos pensassem assim era meio caminho andado para mudarmos este País!

    Beijinho*

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  8. Se nas outras vezes manifestar não servia de nada, desta vez torna-se imperativo. A coisa está má e há que pôr uma rédea no assunto.

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  9. Aproveito para sugerir também o Barranco de Cegos, de Alves Redol também!
    O meu preferido!
    Tão pertinente e tão actual.

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    1. Obrigada pela dica! Sou fã do senhor e, com certeza, que vou ler!

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