segunda-feira, 3 de setembro de 2012



Amor em tempos de merda


Aconteceu-me, há uns dias, uma cena deveras caricata, mas que, pelo que tenho ouvido falar, acontece mais do que era esperado e do que poderia ser moralmente aceite.
Nunca gostei de redes sociais. O Facebook é usado ao desbarato por miúdos e graúdos para a caça grossa. Coisa que nunca me disse nada. Detesto todo esse manancial de fotos, comentariozinhos fúteis, merdices que as pessoas insistem em colocar nos murais.
Mas tem também o seu lado positivo. É um bom meio de alcançar pessoal, nomeadamente para expores o teu trabalho, um blog… E é nesse contexto que mais me apraz o Facebook.
Há um mês e meio, apareceu-me um pedido de amizade de uma pessoa que me foi muito querida em tempos. Um rapaz que partilhou turma comigo desde o 7º ano de escolaridade. Entretanto, quando fui para a Universidade, acabamos por perder o contacto e foi com enorme alegria que aceitei, prontamente, o convite de amizade. Falámos de inúmeras coisas, recordámos cenas da infância, da adolescência. Sempre sem nenhuma maldade, sem atrevimentos.
O facto é que esse rapaz sempre teve uma paixoneta por mim, apesar de namorar há nove anos com uma rapariga. Isso não me faz grande confusão, se pensar que foi uma coisita de miúdos e que ficou sempre um grande carinho e alguma nostalgia. O que me constrangeu foi quando o rapaz afirmou que ainda me amava perdidamente e que nunca gostou de verdade (vá-se lá saber o que isso é) da actual namorada.
Com isto, foram surgindo mentiras atrás de mentiras. A namorada, como sempre, é a última a saber dos acontecimentos e poderá nunca perceber que o homem que tem ao seu lado faz declarações de amor eternas a outra mulher.
É claro que não lhe correspondi.
No entanto, o que me deixa perplexa nesta (triste) história é a capacidade que as pessoas vão tendo de mentir, de se enganarem e de levarem relacionamentos a meio gás por anos a fio.
Não tenho perfil para estar com um homem que ora me causa repulsa ora me causa ternura. Isso não é para mim. E triste daqueles que se aceitam nessas condições. Triste daquela rapariga que vive numa mentira, que mendiga, possivelmente, todos os dias, por uma atenção e um desvelo que nunca vai chegar. Porque o amor não se escolhe. Tem uma componente irracional que o torna tão atractivo como trágico.

P.S.: A imagem é meramente educativa!




4 comentários:

  1. Só tenho facebook pessoal para falar com os meus amigos e até com a mãe! Não publico nada e é muito raro mudar a foto de perfil.
    Nunca irei entender essa coisa de namorar só por namorar. Manter longos relacionamentos com outra pessoa na cabeça!

    Bjokas

    ResponderEliminar
  2. Porque é que achas que não tenho facebook?
    Porque me irrita.
    :p

    ResponderEliminar
  3. No meio disto tudo tenho pena é da rapariga. Coitada.

    ResponderEliminar